O ilhéu de Sveti Stefan (Santo Estevão) é o postal ilustrado típico do Montenegro. Vista de longe encontra terreno fértil na imaginação do observador, correspondendo a um imaginário característico do universo Adriático: uma ilha com edifícios centenários, rodeada de águas azuis e transparentes, com muito sol.

Sveti Stefan localiza-se a cerca de 5 km de Budva, podendo-se caminhar até lá (ou desde lá) apesar de não ser um percurso fácil, com muitos troços bem escondidos e vindas até ao asfalto, antes de apanhar outro atalho.

A primeira referência escrita a Sveti Stefan remonta ao século XV. Nessa altura terão sido construídas na ilha doze casas, pertencentes à irmandade de Paštrović. Até 1960 era uma pacata comunidade piscatória. Depois disso deixou de o ser, num exemplo claro do poder destrutivo do turismo. Nesse ano o Estado decidiu transformar a pacata aldeia com uma atmosfera de sonho numa ilha-hotel. Que ainda hoje é.

Sim, é verdade. Muitas pessoas veem Sveti Stefan em programas de televisão, em revistas, ou na Internet, e pensam que quando forem ao Montenegro a visitarão. Não é assim tão simples. Toda a ilha é actualmente propriedade privada e para lá se entrar é preciso ser hóspede num dos hotéis existentes ou ter uma reserva num restaurante. O que não é para todos, considerando os preços praticados.

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Apesar disso é hoje mais fácil de passar lá uns dias do que nos tempos do General Tito. Nessa altura passaram ali férias personalidades com nomes sonantes, como Willy Brandt, Bob Fisher, Sofia Loren, Sylvester Stallone ou Claudia Schiffer.

Se não puder entrar na ilha, por 7 Eur poderá frequentar as praias adjacentes, feitas de areia avermelhada, que se estendem por cerca de 1 km, oferecendo todos os serviços necessários aos banhistas. E de lá poderá ter uma vista mais próxima da ilha, onde se observam as torres sineiras de três igrejas. A de São Estevão, a mais antiga, data do início da urbanização da ilha, no século XV.

Se não quiser ou não puder parar, terá oportunidade de ver a ilha de longe se passar de autocarro em direcção (ou vindo de) Budva.

 

 

 

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Conheci a Bósnia-Herzegovina e o Montenegro em 2011, apesar de já ter ouvido muito sobre o país através do meu vizinho e amigo Vedo. Desde então regressei várias vezes, apaixonado pelo tom misterioso de um país que será talvez o menos visitado da Europa. Acabei por ser convidado pela The Wanderlust para organizar expedições à Bósnia e Herzegovina e Montenegro, tornando-me, por assim dizer, um profissional de viagem à Bósnia e Herzegovina.

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